06 março 2006

The Oscars

Não houve muitas surpresas e a coisa até acabou por ser dividida para agradar a todos. Valeu por Jon Stewart (na origem de uma abertura absolutamente inolvidável, há muito que não era tão boa) e por George Clooney, que, em vez do esperado anti-bushismo, optou por, associando-se, com orgulho, à Academia que o premiava como actor secundário, lembrar como esta esteve na vanguarda da evolução política e da justiça social. Reese Witherspoon estragou tudo, ao fazer um discurso 'too american girl'. Philip Seymour Hofman mereceu a distinção de melhor actor, mas David Strathairn, que representou o jornalista Edward R. Murrow, em Good Night, and Good Luck, poderia ter sido reconhecido com a mesma justeza (há anos que exigem duas ou três estatuetas para a mesma categoria). A perder, e com ele todos nós, saiu Good Night, and Good Luck, provavelmente o melhor filme a concurso. Os EUA não estavam preparados para olhar tão para dentro de si. Até porque o McCarthismo ainda paira no ar e ronda a Casa Branca. O melhor foi fazer de conta que o filme nem existia e ignorar que foi feito pelo excelente realizador e argumentista que Clooney tem mostrado ser. Jon Stewart ainda disse Good night, mas não teve 'guts' para acrescentar o Good luck.
[A foto é DR]