19 maio 2006

Ainda há gente com ideias

O destaque do Público de hoje vale a pena. Eis algumas das ideias:
Rui Ramos:
«[A política, hoje, é semelhante] à situação de duas pessoas sem dinheiro a discutir se vão comer lagosta ou bife. Há o partido da carne e o partido do peixe, mas todos passam fome. Agora não há oportunidade de fazer opções. É só cortar. E não é realista apresentar uma alternativa já, mas pode-se começar já a prepará-la.»
Jaime Nogueira Pinto:
«Acho que eles não têm emenda. Hoje não há pensamento político [nos partidos], não há ideias políticas. Há uns slogans básicos que todos dizem. Mas eles têm que começar a ser contra alguma
coisa que não seja a discriminação, a violência, o atraso. Coisa óbvias.»
ManuelVillaverde Cabral:
«Não há praticamente diferenças entre as políticas do PS e do PSD. Diferentes são os grupos sociais que convergem mais ou menos num partido ou noutro.»
«Dada essa convergência, torna-se muito difícil fazer oposição, sem fazer demagogia — embora as franjas, como o PCP e o BE, tenham vindo a crescer e não têm feito demagogia, mas não chegam aser anti-sistema.»
Freitas Branco:
«Qualquer boa oposição, seja de direita ou de esquerda, deve distinguir-se pela elevação.»
«Ser de esquerda ou de direita é algo que se constrói a todo o instante.»
«No estado de doença moral e ética em que a sociedade se encontra, a oposição podia centrar-
se nas questões da justiça, para garantir o seu bom funcionamento, para que não se crie
a ideia de impunidade, nem sebanalize a imoralidade.»

18 maio 2006

Bono

Bono foi o responsável pela edição de 16 de Maio do jornal The Independent. "No news today... Just 6.500 Africans died today as a result of a preventable disease, treatable disease (HIV/AIDS)." Não sou ingénua ao ponto de pensar que o vocalista dos U2 não ganha nada com esta propaganda em torno da sua vontade de mudar o mundo, mas, digam o que disserem, o que é facto é que as iniciativas de Bono captam a atenção das pessoas para temas como a sida, a pobreza e o aquecimento do planeta, tendo como ponto nevrálgico a África esquecida, como nenhum soundbite televisivo consegue fazer. E isso já é fazer muito.